Já o ano passado debatida a questão por ter ficado chocada com a humilhação que passei por não saber quem era o Tony Carreira, este ano põe-se no mesmo tema outra dúvida: é a dos jantares de Natal que falo e as trocas de prendas, como sub tema intrigante.
Porque é que metade das pessoas que vão ao Natal do trabalho andam a esforçar-se para que as prendas simbólicas sejam divertidas e incitem a gargalhada, e outros tentam arruinar o jantar com a bela da caixa do bombom: aquilo não pretende ser divertido? Não é que não esboce sorrisos quando como bombons, mas penso que se impunha um esforço diferente. Sei que não devia sentir porque foi de coração que se ofereceu isso mas a verdade é que o bombom defrauda a pessoa que procurou a tanga mais arrojada e esperou que ela calhasse ao colega gordinho careca, ou aquela outra que se deu ao trabalho de fazer um cartão para colocar em volta de um rolo de papel higiénico que por acaso me calhou e que dizia “Nunca se sabe como podem acabar os jantares de Natal… Bom proveito! (Desculpa o orçamento era curto!)
...e defrauda-me a mim que por me chamarem treza alface me dei ao trabalho de ir embrulhar uma alface como se fosse um ramo de flores com uma fita de Natal e que tive a sorte de calhar à patroa para poder ser gozada pelo menos até à Páscoa com a frase: Epá, tens coragem para tudo até para oferecer alfaces à patroa. Quando isto nem sequer é legítimo porque só forjamos um resultado da troca, supostamente, aleatória e nem sequer foi esse!
Além do mais quem se priva de oferecer estas prendas originais, também se priva de momentos agradabilíssimos como foram os da busca da prenda. Quando cheguei ao lugar do Sr. Francisco, Lugar sem nome porque é a mercearia dessa grande aldeia que é o centro comercial do Carmo e nem precisa de ter nome porque todos sabemos quem é o Sr. Francisco, e expliquei a que vinha, a alegria que invadiu a senhora por estar a participar no esquema tramado para os meus colegas de trabalho foi mesmo uma coisa bonita de se ver. É que fique indecisa entre oferecer um molho de brócolos ou uma alface para fazer juz ao nome e pedi conselho. Naquele momento a senhora deixou de estar num na mercearia, o seu imaginário remeteu-a a mais bela florista que poderia ser e mostrava-me os legumes que poderia fazer melhor figura e incentivou-me a levar a alface porque dava um bonito ramo! Foi lindo aquele momento… olhe para isto, fresquinha, com esta folhagem faz um ramo e peras! E tinha razão, fez sim senhor!